18 fevereiro 2013

DAS CLAREIRAS DOS BOSQUES

 
 
III

faz tempo as algas tinham braços
e reflectiam as alas da água em flores marinhas
inebriadas em redor pelo fósforo dos peixes
direccionavam faróis para as gemas das ilhas

faz tempo cruzavam a eternidade as bagas e os corais
em voos desdobrados, cumplices dos lagos,
e vinham dar à praia fadas e sereias em colmeias
fundeadas por âncoras e límpidas auroras

faz tempo os amantes vinham partindo e chegando à nave do dia
pelas rosas da tarde em dulcíssimos navios
e recolhiam a luz do silêncio imortal entre o centeio e o milho

faz tempo os humanos percorriam as pálpebras dos bosques
entre folhas de sol e abrigos de mel
[e eram estrelas]
ampliavam uma nova língua

se não fossem as algas que saberíamos da alegria?


Maria Azenha
in: De Amor Ardem os Bosques
 
 

 
 

21 comentários:

  1. Faz tempo, um belo inicio para um belo poema.

    Bj!

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    1. Minha querida

      Um lindo poema e uma música maravilhosa.Adorei como sempre as tuas escolhas.

      Um beijinho com carinho
      Sonhadora

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    2. faz tempo gosto de ter-te por aqui, António
      obrigada :)

      beijo

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  2. ... e se não fossem...

    não fossem

    lutaríamos como somos

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  3. Faz tempo que eu adoro as tuas escolhas!
    Bjs

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  4. Querida amiga

    Há neste texto
    uma beleza simples,
    e a certeza de que
    a felicidade
    acontece na simplicidade...

    Desejo que o amor,
    faça morada em seu coração.

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    1. querido amigo, a felicidade está sempre onde a quisermos encontrar :)

      obrigada, beijinho.

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  5. Faz tempo que não te "via" Vento.

    Se me permite vou ser teu seguidor.

    Beijinhos

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  6. o vento é tão forte...v
    é um vencedor para o bem e para o mal.


    Lágrima

    Lágrima marota
    Cai no meu rosto
    E vai rolando...
    De mansinho...
    Por toda a cara...
    Vai saboreando...
    E vai deixando
    Um pouco de água
    Um pouco de sal...

    Sal de amargura...
    Mas que é necessário...
    E, assim vou ficando
    Com o rosto mais doce...
    Com o rosto molhado
    E vou sentindo...
    Lágrima marota.
    O teu rolar...
    E vou gostando...
    Que te sirvas de mim
    Para te acostares...
    E quando quiseres
    Podes voltar!...

    LILI LARANJO


    Depois de limpar a minha lagrima coloco um sorriso e deixo-te um beijo com muito carinho...

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    1. ...?! mas porque não pára de rolar essa lágrima marota, querida Lili?!!...
      porquê?!!!

      conta p'ra mim! :)
      beijinho carinhoso para ti também :)

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  7. Belissimo blog, meus parabéns.
    Bom domingo
    Um abraço
    Maria

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    1. benvinda, Maria :)
      grata pela tua visita.

      feliz semana
      abraço

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  8. Wonderful! Gosto mesmo de tudo nesta postagem! Uma bela poesia.
    Bravo minha amiga! Beijo

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  9. Wonderful! Gosto mesmo! Uma bela poesia. Bravo minha amiga poetisa. Beijo

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    1. obrigada Tossan, és um querido.
      há muito que não passavas por aqui :)

      beijo.

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  10. Querida amiga
    Há visitas aos lugares amigos,
    para recolher palavras.
    Há visitas a estes mesmos lugares
    Para semear palavras.
    A visita de hoje além da leitura
    das preciosas palavras que aqui encontro,
    é também para agradecer
    a alegria de passar pela sua vida
    e encontrar o perfume da amizade
    de forma tão intensa.

    Que a sede da alegria
    Nunca cesse em ti.

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    1. Aluísio, pessoas como tu são-me insprescindiveis.

      obrigada pelo teu carinho e amizade, sempre presentes.
      beijo.

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