se lançassem de uma só vez ao mar
as cinzas de todos os mortos
que vagam pelas brumas da História,
digo que nem toda essa cinza
unânime alteraria
o seu contínuo fluir:
o leve marulhar rude
ou as lendas graves da sua ira.
errabundo e cativo, mas sempre
com uma ordem
perfeita: misteriosa e calculada,
ouve-o como brama:
o mar bêbado pelas luas,
homérico, mutável, mecânico,
com frotas de peixes
de olhos aterrados que o exploram
como os pensativos peixes coloridos
exploram uma vez e outra e outra vez ainda
o aquário cheio de palmeiras
e tesouros em miniatura de piratas.
flutuante como o pensamento,
olha-o,
angustiado de azul indefinível,
asmático, grandioso e teatral,
ele,
que recua e invade
segundo um raro método que tem
algo a ver quiçá com os nossos ciclos
de razão e loucura, as duas faces
de uma moeda que nunca cai direita.
refúgio de seres silenciosos,
inesgotável mar de vaivém de espuma,
tão dado a todo o tipo de metáforas
que sucede às vezes lembrarem-nos
o muito que somos parecidos ao mar.
de: Felipe Benitez Reyes
Querida amiga
ResponderEliminarAlém de recolher a inspiração
deste maravilhoso espaço
de sentimentos e amizade,
aproveito a visita para convidá-la
a partilhar a alegria,
de ouvir um poema de minha autoria
musicado em Minas Gerais.
O mesmo se encontra no meu blog
www.sonhosdeumprofessor.blogspot.com.br
e para mim,
ter este poema
escutado por pessoas
que fazem do mundo virtual,
um mundo melhor,
será um tributo a felicidade.
Oi amiga.
ResponderEliminarPassando em seu cantinho, encontro essas lindas palavras.
O mar tão distante de mim, desperta-me curiosidades.
Desejos conhecê-lo. ouvir o som do vai e vem de suas espumas, de suas águas.
Olhá-lo para ver até onde os olhos não alcançarem mais, á procura de seus mistérios.
É meu desejo.
Um forte e carinhoso abraço.
O mar, uma das minhas grandes paixões! moro perto, por isso são muitos os momentos que partilho com ele.
ResponderEliminarBjs
Extraordinário poema.
ResponderEliminarBeijinhos
Maria