dá-me alguma da tua pele terra
tu que não me pedes nada e
me apareces de noite vestida de
nudez pele terra e me abres caminhos
para que te conheça dá-me algum
do silêncio que me dás para que
nele te diga pele terra se de noite
me apareces iluminada de muitos
pássaros a nascer e a voar a
nascer e a voar silêncio pele terra
para que te conheça dá-me o que
dás a todos e nunca deste senão
a mim pele terra tu que me dás
os gestos das minhas mãos
a música das minhas palavras que
me dás pele terra esconde-te
dentro de mim
me dás pele terra esconde-te
dentro de mim
José Luís Peixoto
in: "A Criança em Ruínas"
in: "A Criança em Ruínas"
Obrigada pelo seu gentil comentário no meu blogue e na "Rosa Solidão".
ResponderEliminarComentar José Luís Peixoto, ao som de um piano tem mais encanto, mas tem muito mais responsabilidade, porque se trata de José Luís Peixoto.
Pedir à mãe terra, para que nos dê aquilo, que tanto desejamos, será sempre muito mais fácil, do que pedir aos humanos.
Dela fomos feita, e nela nos transformaremos, mas as palavras ficarão para todo o sempre.
Tenha uma boa semana.
Abraço da Luz.
és pessoa de uma sensibilidade extrema, de extremos...
Eliminargostei de te conhecer, Luz.
grata pela tua presença.
abraço
Tenho uma releção muito estreita com a mãe terra, gosto de a sentir entre os dedos...apeteceu-me ler mais de "A Criança em Ruínas" !
ResponderEliminarBjs
fingir que está tudo bem: o corpo rasgado e vestido
Eliminarcom roupa passada a ferro, rastos de chamas dentro
do corpo, gritos desesperados sob as conversas: fingir
que está tudo bem: olhas-me e só tu sabes: na rua onde
os nossos olhares se encontram é noite: as pessoas
não imaginam: são tão ridiculas as pessoas, tão
despreziveis: as pessoasa falam e não imaginam: nós
olhamo-nos: fingir que está tudo bem: o sangue a ferver
sob a pele igual aos dias antes de tudo, tempestades de
medo nos lábios a sorrir: será que vou morrer?, pergunto
dentro de mim: será que vou morrer?, olhas-me e só tu sabes:
ferros em brasa, fogo, silêncio e chuva que não se pode dizer:
amor e morte: fingir que está tudo bem: ter de sorrir: um
oceâno que nos queima, um incêndio que nos afoga.
"uma criança em ruínas"
de José luís Peixoto
beijo, Lilá(s)
adoro sentir a terra nas minhas mãos, seja molhada ou seca mas, alguém com quem preciso conversar... no momento...!!
ResponderEliminarnão me atrevo a comentar José Luís Peixoto. sou muito "pouco" para tão grandes palavras.
bj...nho
eu gosto do cheiro da terra molhada!
Eliminarbeijinho, Sérgio.
:)) obrigada, Maria Alice :)
ResponderEliminarsou-te grata pelo carinho.
no teu abraço carinhoso.
Feliz Natal, também para ti.
até já ;))
" Dá-me alguma da tua pele terra, tu que não me pedes nada..."
ResponderEliminarQue lindo ! E eu gosto fanto da terra , principalmente quando está molhada!
E lindo é este Poema e o seu blog também!
Feliz Natal
Grande Allevi
ResponderEliminarBesos
Morris