AO PIANO
Sentavas-te ao piano e tocavas Chopin
enquanto eu não chegava. Era a missa pagã
das luminosas tardes com que a Primavera
nos acordava ao fim da invernosa espera.
À margem do caminho as pedras rebentavam
em frágeis flores, como se as teclas que tocavam
os teus dedos de súbito achassem maneira
de dizer que me esperavas, inocente e inteira.
enquanto eu não chegava. Era a missa pagã
das luminosas tardes com que a Primavera
nos acordava ao fim da invernosa espera.
À margem do caminho as pedras rebentavam
em frágeis flores, como se as teclas que tocavam
os teus dedos de súbito achassem maneira
de dizer que me esperavas, inocente e inteira.
de: Torquato da Luz
poeta, pintor e um querido amigo
deixou-nos hoje
leva contigo o meu sentido abraço de saudade
estarás sempre entre nós, Torquato
nota: com a devida licença de Torquato da Luz, este poema, bem como o vídeo que o acompanha, foi o primeiro que publiquei deste autor, que muito aprecio, razão de estarem hoje aqui, com todo o carinho e respeito que o Poeta me merece.
foi em 3 de janeiro de 2011.
publicado em "decifrar ou traduzir"
Olá Vento,
ResponderEliminarNão era um especial admirador de Torquato da Luz, mas por acaso tenho ali um dos últimos (penso eu) livros dele - "Espelho Íntimo", que também por acaso, também ainda não li.
Quem sabe qualquer dia não pegue nele....
Beijinho
olá JP
Eliminartalvez não sejas "um especial admirador" de Torquato da Luz precisamente porque não o leste.
"espelho intimo" é um livro lindo, também o tenho.
se tivesses lido o primeiro poema do livro, que é também o da capa, não terias resistido a lê-lo, num ápice, por inteiro!
espelho íntimo
um espelho que devolva por inteiro
a imagem da alma, aquele lado
da vida que devia estar primeiro.
um espelho luminoso e desenhado
à medida das íntimas certezas
que tanto se constroem das tristezas
como irrompem por entre as alegrias
a temperar de sal os nossos dias
um espelho posto à porta da entrada
da casa que inventámos para os dois,
fiel reflexo que não esconda nada
nem seja mau agoiro para depois.
in: Espelho Íntimo
editora:o cão que lê
ano: 2010
Uma linda e sentida homenagem.
ResponderEliminarVotos de uma santa e feliz Páscoa.
Bjs
um beijo, Lilá(s)
Eliminarobrigada
que a tua Páscoa tenha sido feliz, também.
Lindíssimo esse poema. Vento, um beijo!
ResponderEliminarobrigada Shirley,
Eliminarbem vinda a este lugar!
um beijo :)