venho simplesmente dizer
que uma laranja é uma laranja
e comove saber que não é ave
se o fosse não seriam ambas
uma só coisa volátil e doce
de que a ave é o impulso de partir
e laranja o instinto de ficar.
não sei de nada mais eterno
do que haver sempre uma só coisa
e ela ser muitas e diferentes
e cada coisa ternamente ocupar
só o espaço que pode rodeada
pelo espaço que a pode rodear.
sei que depois de laranja
a laranja pode ser até
mesmo laranja se necessária
mas cada vez que o for
sê-lo-á rigorosamente
como se de laranja fosse
a exacta fome inadiável.
de ser laranja gomo a gomo
o íntimo pomo se enternece
e não cabe em si de amor
embriagada de saber
que a sua morte nos será doce.
de: Natália Correia
A Natália sabia muito!...
ResponderEliminarBeijinhos!
Belíssimo e rico poema! Cade o vídeo? Beijo
ResponderEliminarhttp://klictossan.blogspot.com.br/