08 novembro 2014

AS NEREIDES






Pudesse eu reter o teu fluir, ó quarto 
Reter para sempre o teu quadrado branco 
Denso de silêncio puro 
E vida atenta 
Reter o brilho 
Da Cassiopeia em frente da janela 
Reter a queda 
Das ondas sobre a areia 
E habitar para sempre o teu espelho 
Que de meus ombros jamais tombasse o tempo 
Marinho misterioso e antigo 
Assim como as Nereides 
Não perderão jamais seu manto de água

de: Sophia de Mello Breyner





5 comentários:

  1. Belas escolhas, poética e musical.
    Tem um bom fim de semana, querida amiga.
    Beijo.

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  2. Sophia de Mello Breyner é sempre uma excelente escolha.
    Beijinhos
    Maria

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  3. Gostei da reler, mas vim à procura de mais...
    Tem uma boa semana, querida amiga.
    Beijo.

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