17 outubro 2012

RUÍNAS

 
 
 
 
se é sempre outono o rir das primaveras,
castelos, um a um, deixa-os cair...
que a vida é um constante derruir
de palácios do reino das quimeras!
 
e deixa sobre as ruinas crescer heras.
deixa-as beijar as pedras e florir!
que a vida é um continuo destruir
de palácios do reino das quimeras!
 
deixa tombar meus rútilos castelos!
tenho ainda mais sonhos para erguê-los
mais altos do que as águias pelo ar!
 
sonhos que tombam! derrocada louca!
são como os beijos de uma linda boca!
sonhos!... deixa-os tombar... deixa-os tombar...
 
Florbela Espanca
 
 
 

2 comentários:

  1. UM belíssimo poema de Florbela Espanca, com o qual nos faz pensar nesta vida que é feita de primavera mas de outono também.


    Bj!

    ResponderEliminar
  2. "a vida é um constante derruir
    de palácios do reino das quimeras"

    É sim, mas insistimos em reconstruí-las ... Nem a propósito, vou publicar um post sobre quimeras ;)

    Beijos

    ResponderEliminar