27 junho 2012

ENTRE AS FOLHAS NEGRAS DA FIGUEIRA


Entre as folhas negras da figueira
e os erros do ofício 
passa o rio.

Que rio é esse?
Passa irmanado à luz pueril
dos cereais, à magoada
voz de quem perdeu o sono.

Leva com ele, entre o roxo
da sombra e as silabas contadas,
um verão de abelhas,
a profusão do mel.

Sigo-lhe os passos, perco-me
com ele.

Eugénio de Andrade

Fonte: http://repositorioaberto.uab.pt/bitstream/10400.2/1536/1/Eug%C3%A9nio%20de%20Andrade_uma%20proposta%20de%20plenitude_F%C3%A1tima%20Cordeiro.




3 comentários:

  1. encontrei este poema num trabalho extraordinário de Maria de Fátima Cordeiro sobre Eugénio de Andrade, ao qual conferiu um nome que me fascinou:

    "Uma Proposta de Plenitude"

    vou voltar lá muitas vezes...

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  2. Respostas
    1. do nosso Eugénio
      o que não saberás tu, Mar?!

      dei pela tua falta :)
      beijo.

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