20 agosto 2012

SÚMULA




Minha cabeça estremece com todo o esquecimento.
Eu procuro dizer como tudo é outra coisa.
Falo, penso.
Sonho sobre os tremendos ossos dos pés.
É sempre outra coisa, uma 
só coisa coberta de nomes.
E a morte passa de boca em boca
com a leve saliva,
com o terror que há sempre
no fundo informulado de uma vida.

Sei que os campos imaginam as suas 
próprias rosas.
As pessoas imaginam os seus próprios campos
de rosas. E às vezes estou na frente dos campos
como se morresse;
outras, como se agora somente
eu pudesse acordar.

[...]

Herberto Helder




7 comentários:

  1. Gostei da música do Chet Baker na conformidade das palavras...
    beijinho amigo

    ResponderEliminar
  2. Obrigada pela visita ao meu espaço, assim fiquei a conhecer este, e a usufruir das excelentes partilhas
    Beijinhos

    ResponderEliminar
  3. Lindo poema, obrigada pela partilha!
    beijos

    ResponderEliminar
  4. Olá

    As palavras
    que trazem em si,
    perfume de vida,
    escrevem e se reescrevem
    no olhar de quem as lê.

    A amizade é o templo
    da alegria.
    E que assim seja
    para sempre em sua vida.

    Aluísio Cavalcante Jr.

    ResponderEliminar
  5. Sin duda un bello poema. A veces agradezco el despertar de un sueño, otras me quedaría para siempre en él. Besos.

    ResponderEliminar
  6. Eu gosto do vento em seu cabelo, como o vento nos meus olhos apenas para sonhar .. ainda
    Agradeço por visitar o meu blogue Vento
    Você é muito gentil, muito obrigado pelo pensamento
    Beijos meus
    Morris.

    ResponderEliminar