08 fevereiro 2014

COM JOB, SOB O CÉU DE CALAR ALTO



imagem da net

Como um Deus incompreensível
confundido pela própria argumentação
perguntando: «onde é que eu ia?»

Como uma pergunta 
a que só é possível responder
com novas perguntas.

Como vozes ao longe discutindo:
«alguma vez deste ordens à manhã,
ou indicaste à aurora o seu lugar?»

Como um filme
em que tudo acontecesse
na escuridão do espectador.

Como o clarão da noite única
e vazia abraçando pela cintura
a jovem luz do dia.

Manuel António de Pina







2 comentários:

  1. Uma boa poesia para fechar a miinha noite! :)
    Obrigada pela partilha!
    Beijos

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  2. Olá amiga! Passando para agradecer a tua honrosa visita e amável comentário, bem como apreciar este belo poema do grande Manuel António Pina. Bela escolha. Parabéns!

    Beijos e um ótimo domingo para ti e para os teus.

    Furtado.

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