ATRAVÉS DO TEU CORAÇÃO PASSOU UM BARCO
QUE NÃO PÁRA DE SEGUIR SEM TI O SEU CAMINHO
Vi as águas, os cabos, vi as ilhas
E o longo baloiçar dos coqueirais
Vi lagunas azuis como safiras
Rápidas aves furtivos animais
Vi prodígios espantos maravilhas
Vi homens nus bailando nos areais
E ouvi o fundo som de suas falas
Que já nenhum de nós entendeu mais
Vi ferros e vi setas e vi lanças
Oiro também à flor das ondas finas
E o diverso fulgor de outros metais
Vi pérolas e conchas e corais
Desertos fontes trémulas campinas
Vi o rosto de Eurydice das neblinas
Vi o frescor das coisas naturais
Só do Preste João não vi sinais.
As ordens que levava não cumpri
E assim contando tudo quanto vi
Não sei se tudo errei ou descobri.
Sophia Mello Breyner
Belíssimo espaço, o seu, parabéns!
ResponderEliminarAdoro beber poesia...
abraço
cvb
Cecília, bem vinda ao lugar do Vento:))
Eliminarespero-te sempre.
Sophia é a própria poesia :))
abraço amigo.
Minha querida
ResponderEliminarLindo este poema de Sophia que eu adoro ler, no Natal passado os meus filhos ofereceram-me a Obra Poética que tem quase toda a sua poesia.
Um beijinho com carinho e obrigada pela presença carinhosa sempre.
Sonhadora
Se quiseres ler um poema diferente (que até eu achava que não conseguia escrever) passa lá.
Sonhadora, passei há dias na tua casa e adorei ler esse teu poema diferente, tal como adorei o que escreveste especialmente para dia do aniversário do teu blog.
Eliminarrepito o que disse lá:
- sempre acreditei [e sempre te disse] no teu potencial para escrever poesia bela que não fosse triste ou dramática. sempre que te leio me lembras a grande Florbela Espanca [também sempre te disse :)))]
beijos
até logo.