09 novembro 2012



Este poema de amor
é bilhete sem destino
Não sei a quem entregá-lo
Não há nome no envelope
nem rua, nem direção
Ternura jogada fora
saudade apenas, sem fatos
que se possam recordar
este poema de amor
reincidente e insano
joga sal no oceano
transpira lençóis de insônia
esboça os traços de um rosto
traceja a forma de um corpo
apaga, torna a fazer
Vento vago que levanta
e logo depois deposita
palavras soltas, papel
este poema,
eu mesma,
este poema é ninguém.
 
de: Ana Mariano
 
 
 
 
 

6 comentários:

  1. Cartas assim chegam sempre ao destino...!

    Beijo, bom fim de semana

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  2. manhã, bem cedinho, absorvendo toda a maresia da baía, aqui, a meus pés. respiro e vou respirando, enchendo todo o meu ser de um renovado dia e a ti, "Vento", é agora que partilho e te digo... Bom Dia.

    um poema de amor, sem destino e sem saberes a quem entregá-lo... talvez ainda não seja o dia, mas o teu corpo já sente e o teu coração já escreve... talvez porque o destino já o está a ler, sentindo a tua essência que se conjuga com um voo, em movimento, que só termina nas mãos dele.

    até

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    1. Bonjour! Bonjour :))

      és querido, Sérgio,
      obrigada
      perdoa as minhas ausências, pleeeaseee... :))

      até logo

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  3. Respostas
    1. ... e de amor, quem não precisa, com tudo o que lhe é devido :)
      Beijo.

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